Progressistas enfrenta racha interno e possível oposição de Ronsoni dentro da própria base
PoliticaO Partido Progressistas, que há anos mantém forte protagonismo na política de Gramado, enfrenta um cenário de tensão interna que pode se transformar em um grande problema a médio prazo. Rafael Ronsoni, um dos membros mais tradicionais da legenda, eleito vereador pela sexta vez consecutiva e detentor do recorde histórico de votos no município com 2.714 eleitores, está protagonizando um desgaste crescente com a cúpula do partido.
Ronsoni, que não possui uma relação harmoniosa com a executiva do Progressistas, tem sido preterido em decisões importantes, gerando descontentamento entre seus apoiadores e agravando sua situação dentro da sigla. O ápice desse conflito se deu recentemente, quando o vereador precisou abrir mão da presidência da Câmara Municipal para Ike Koetz, devido a pressões internas. Além disso, o anúncio de Ronsoni como pré-candidato a prefeito para as eleições de 2028 agravou ainda mais as fissuras.
Pressão eleitoral
Apesar do cenário adverso, os 2.714 eleitores de Ronsoni estão fazendo barulho. O apoio maciço que ele recebeu nas urnas coloca a executiva do Progressistas em uma situação delicada. De um lado, há a preferência interna pelo nome de Luia Barbacovi, por conta de ser um candidato natural, tendo em vista que ja foi vice por quatro vezes. Do outro, a pressão popular e a fidelidade dos eleitores de Ronsoni, que exigem sua candidatura em 2028.
O partido, portanto, se encontra em uma encruzilhada difícil de resolver: como agradar tanto a ala que apoia o vice-prefeito quanto os eleitores de Ronsoni, sem perder capital político? Essa tarefa, segundo analistas locais, parece ser praticamente impossível.
O risco da oposição interna
Outro elemento que pode transformar esse conflito em uma crise ainda maior é a postura de Ronsoni nos próximos anos. Mesmo pertencendo ao partido do prefeito, há a possibilidade real de que o vereador adote uma postura de oposição nos próximos quatro anos, caso suas demandas não sejam atendidas. A janela partidária para a troca de siglas só se abrirá em março de 2028, o que significa que, até lá, Ronsoni está politicamente preso ao Progressistas.
Essa circunstância pode representar um grande problema para o partido. Um vereador atuando como oposição dentro da própria legenda poderia enfraquecer o governo e desgastar ainda mais a imagem da sigla perante o eleitorado.
Futuro incerto
Os próximos meses serão decisivos para o futuro político do Progressistas e de Rafael Ronsoni. Nos bastidores, há quem aposte que ele não abrirá mão de sua pré-candidatura a prefeito, mesmo que isso signifique deixar o partido no futuro. Outros acreditam que a executiva precisará ceder em algum momento, diante da pressão popular e do peso eleitoral que Ronsoni carrega.
O desfecho dessa disputa interna pode alterar os rumos da política em Gramado. Até março de 2028, a cidade estará de olho nos movimentos de Ronsoni e do Progressistas, aguardando para ver se o partido conseguirá unir suas bases ou se verá um de seus principais nomes partir rumo à oposição.