Politica
17/12/2024 13:00

O Partido Progressistas, que há anos mantém forte protagonismo na política de Gramado, enfrenta um cenário de tensão interna que pode se transformar em um grande problema a médio prazo. Rafael Ronsoni, um dos membros mais tradicionais da legenda, eleito vereador pela sexta vez consecutiva e detentor do recorde histórico de votos no município com 2.714 eleitores, está protagonizando um desgaste crescente com a cúpula do partido.

Ronsoni, que não possui uma relação harmoniosa com a executiva do Progressistas, tem sido preterido em decisões importantes, gerando descontentamento entre seus apoiadores e agravando sua situação dentro da sigla. O ápice desse conflito se deu recentemente, quando o vereador precisou abrir mão da presidência da Câmara Municipal para Ike Koetz, devido a pressões internas. Além disso, o anúncio de Ronsoni como pré-candidato a prefeito para as eleições de 2028 agravou ainda mais as fissuras. 

Pressão eleitoral

Apesar do cenário adverso, os 2.714 eleitores de Ronsoni estão fazendo barulho. O apoio maciço que ele recebeu nas urnas coloca a executiva do Progressistas em uma situação delicada. De um lado, há a preferência interna pelo nome de Luia Barbacovi, por conta de ser um candidato natural, tendo em vista que ja foi vice por quatro vezes. Do outro, a pressão popular e a fidelidade dos eleitores de Ronsoni, que exigem sua candidatura em 2028.

O partido, portanto, se encontra em uma encruzilhada difícil de resolver: como agradar tanto a ala que apoia o vice-prefeito quanto os eleitores de Ronsoni, sem perder capital político? Essa tarefa, segundo analistas locais, parece ser praticamente impossível.

O risco da oposição interna

Outro elemento que pode transformar esse conflito em uma crise ainda maior é a postura de Ronsoni nos próximos anos. Mesmo pertencendo ao partido do prefeito, há a possibilidade real de que o vereador adote uma postura de oposição nos próximos quatro anos, caso suas demandas não sejam atendidas. A janela partidária para a troca de siglas só se abrirá em março de 2028, o que significa que, até lá, Ronsoni está politicamente preso ao Progressistas.

Essa circunstância pode representar um grande problema para o partido. Um vereador atuando como oposição dentro da própria legenda poderia enfraquecer o governo e desgastar ainda mais a imagem da sigla perante o eleitorado.

Futuro incerto

Os próximos meses serão decisivos para o futuro político do Progressistas e de Rafael Ronsoni. Nos bastidores, há quem aposte que ele não abrirá mão de sua pré-candidatura a prefeito, mesmo que isso signifique deixar o partido no futuro. Outros acreditam que a executiva precisará ceder em algum momento, diante da pressão popular e do peso eleitoral que Ronsoni carrega.

O desfecho dessa disputa interna pode alterar os rumos da política em Gramado. Até março de 2028, a cidade estará de olho nos movimentos de Ronsoni e do Progressistas, aguardando para ver se o partido conseguirá unir suas bases ou se verá um de seus principais nomes partir rumo à oposição.