Infraero se manifesta sobre impasse com Aeroclube de Canela e cobra regularização

Infraero se manifesta sobre impasse com Aeroclube de Canela e cobra regularização
Turismo
- Créditos: Divulgação

A Infraero se manifestou oficialmente sobre o impasse envolvendo o Aeroclube de Canela, destacando que a entidade é a única ocupante do Aeroporto de Canela que segue utilizando área do terminal de forma irregular. A estatal assumiu a gestão do aeroporto em 4 de setembro de 2024, após receber a outorga da União — anteriormente o espaço era administrado pelo Estado — e desde então vem promovendo investimentos e buscando a regularização contratual de todos os concessionários.

De acordo com a Infraero, empresas como Helisul Táxi Aéreo, Revoar Táxi Aéreo e Tri Aviation (PAA) já estão com contratos e pagamentos regularizados. Já o Aeroclube, apesar de estar operando na área, não possui contrato vigente e acumula inadimplência, mesmo após diversas tentativas de solução amigável.

A empresa informou que somente em 2024 foram investidos mais de R$ 8 milhões em melhorias no aeroporto, incluindo: recuperação e reforço da pista de pouso e decolagem; alargamento da pista de 18 para 30 metros; instalação de PAPI em ambas as cabeceiras; e nova sinalização horizontal da área de movimentação de aeronaves. Outros R$ 14 milhões estão previstos para o período entre 2025 e 2027.

A Infraero afirma ainda que atua sob rigoroso compliance e legislação, o que exige contratos formalizados para uso de qualquer área do aeroporto. “A área está sendo utilizada para hangaragem de aeronaves com arrecadação financeira, enquanto a Infraero segue sem receber pelo uso do espaço”, destacou em nota. Por conta disso, a estatal enviou ofício solicitando a desocupação da área, como já ocorreu em outros aeroportos que administra, inclusive com decisões judiciais favoráveis empresa.

Aeroclube se defende e questiona conduta da estatal

Em contrapartida, o Aeroclube de Canela afirma que ocupa a área há décadas e que, historicamente, sempre colaborou com a formação de pilotos, com ações sociais e com o próprio funcionamento do aeroporto. A entidade afirma que vem tentando dialogar com a Infraero, mas que considera as condições impostas pela estatal desproporcionais realidade de uma instituição sem fins lucrativos.

Representantes do Aeroclube alegam ainda que a cobrança de valores elevados e a ausência de uma proposta mais flexível por parte da Infraero inviabilizam a continuidade das atividades, o que, segundo eles, traria impactos negativos aviação geral e formação de novos profissionais na região. “O Aeroclube não é uma empresa aérea comercial. Nosso papel é histórico e social. Queremos continuar atuando, mas com condições justas”, afirmou um dos diretores.

O caso segue sem desfecho definitivo, mas ambas as partes afirmam estar abertas ao diálogo.