Demagogia e politicagem passam dos limites na Câmara de Gramado

A polêmica da vez na Câmara Municipal de Gramado é o projeto de Lei da Prefeitura, que pretende criar 36 novos cargos comissionados (CCs). A justificativa do Executivo é que a administração precisa de novas contratações para continuar o trabalho com a qualidade que tem mostrado. Um dos cargos é para atuar em Brasília, com o intuito de cobrar a liberação de recursos.
A vereadora Rosi Ecker Schmitt afirmou que "enquanto alguns fazem politicagem, nossa administração trabalha, mostra obras, melhorias e apresenta desenvolvimento para a cidade".
"Uma cidade pujante precisa de uma administração forte, que trabalha muito pela comunidade. Temos obras em todos os cantos do município, no Centro, nos bairros, nas praças e no interior. Temos asfalto por toda cidade, isso é desenvolvimento, valorização da comunidade. Tudo com recursos próprios. No ano passado o prefeito Nestor trouxe R$ 34 milhões de Brasília. Imagina com uma pessoa trabalhando direto na capital federal, apresentando projetos, visitando e cobrando ministérios?", pontuou Rosi.
Ela lamentou que o projeto 38, do reajuste dos servidores, não foi votado ainda. "Um projeto de extrema importância e a oposição fica segurando. O projeto trata de vários assuntos vinculados. Não tem como desvincular. Cria vagas, inclusive para casos de endemias. Tem 40 dias que está na Casa esse projeto. Até hoje não colocam para votar. Na gestão passada esses cargos eram usados e depois foram extintos. Estamos recolocando eles novamente. Não estamos criando, pois já existiram e foram extintos em 2020 pela gestão passada" frisou Rosi.
O vereador Celso Fioreze também lamentou que o projeto ainda não tenha sido votado, para que o reajuste dos servidores pudesse entrar já na folha de junho. "Acho que falta diálogo entre o Legislativo e o Executivo para encontrarem um entendimento para aprovar esse projeto, que atinge uma população que tanto necessita desse reajuste. O servidor que ganha menos é o mais penalizado. Então que possamos dar um pouco de folga para esses servidores. Com relação aos CCs, eu confio no prefeito Nestor. A economia de Gramado cresceu. Tem várias frentes se abrindo e precisa de mais braços para comandar a cidade", salientou Fioreze.
O engraçado é que na gestão passada chegaram a ser contratados novos CCs e foram feitos pagamentos de horas extras durante a pandemia do coronavírus. O então vereador Ubiratã Oliveira chegou a questionar a administração Fedoca e Evandro sobre o fato de que o ente público deveria estar promovendo ações de contenção de gastos, devido à redução das receitas públicas. E não fazendo novas contratações, até porque havia um período de quarentena e não estava ocorrendo expediente nas Secretarias.
Também ocorreram debates acalorados, carregados de acusações entre os vereadores de oposição e situação, da época, quando a oposição de hoje (MDB e PT) era governo e o atual governo (Progressistas) era oposição. A motivação dos discursos foi a negativa, por parte do prefeito Fedoca, de conceder a reposição salarial dos servidores públicos. Entre os debates, entrou a questão dos cargos comissionados, os CCs. Vereadores Progressistas afirmaram que o Executivo estava contratando CCs e poderia economizar nessa área para conceder o reajuste aos servidores concursados.
O que vemos hoje na sessão é justamente o vereador Professor Daniel, que era líder do governo Fedoca, e defendia tais atitudes da administração passada, criticar o atual governo de fazer exatamente o que foi feito antes e defendido por ele. Como que pode tanta demagogia?