Politica
13/01/2020 22:33

O episódio de hoje, dia 13, na sessão da Câmara Municipal de Gramado mostrou como será o tom da campanha eleitoral deste ano. Conforme a previsão de alguns analistas, a política vai pegar fogo e a disputa eleitoral será uma das mais violentas da história de Gramado.

Hoje a oposição sofreu uma humilhação de grandes proporções, ao rejeitar os dois projetos da Prefeitura, o da venda de imóveis e o do empréstimo de R$ 35 milhões. A população não poupou críticas e xingamentos aos Progressistas. A comunidade dos bairros, que teoricamente seria beneficiada com a aprovação de tais projetos, se sentiu traída pelos parlamentares, que deveriam representá-los.

A maioria da população não acompanha e não entende as jogadas políticas que haviam por trás do que aconteceu na Câmara. O governo propagou que tais projetos só iriam beneficiar as comunidades, pois se aprovados, dariam ao Executivo condições financeiras para realizar obras que nunca foram feitas nos três anos da atual administração, por falta de recursos.

Já a oposição, afirma que os projetos foram apresentados no último ano de governo, de propósito, com o objetivo de manchar os Progressistas e o ex-prefeito Nestor Tissot, presidente do partido e pré-candidato a prefeito. "Porque a administração não apresentou esses projetos de venda de imóveis e de empréstimo no primeiro ano de governo? Se assim tivesse feito, eles teriam sido aprovados. Foi isso que o ex-prefeito Nestor fez, quando contraiu empréstimo. Enviou o projeto em 2013, no primeiro ano do seu segundo mandato", questionou o vereador Volnei da Saúde.

Não vou entrar no mérito sobre a importância de tais obras. Claro que são importantes. Mas o governo sabia que se os projetos fossem aprovados, não haveria tempo para executar as obras prometidas. E a oposição caiu na armadilha ao rejeitar as propostas. Saiu enfraquecida. Um Progressista afirmou ao blog que não foi questão de enfraquecimento ou de cair na armadilha do governo, mas sim de responsabilidade.

"Os vereadores poderiam ter feito o tiro sair pela culatra e aprovar os dois projetos, mas isso seria responsável? Temos que pensar no que é melhor para a cidade. Hoje o governo ganhou essa batalha, mas está longe de vencer a guerra. Vamos defender Gramado até o fim e já mostramos nossa competência ao administrar essa cidade. Já esse pessoal que está aí só mostrou o tamanho do seu despreparo. Poderia citar inúmeros problemas que o gramadense está enfrentando, mas todo mundo já sabe", disse o Progressista.

A presidente da Câmara, vereadora Rosi Ecker Schmitt, precisou encerrar a sessão devido ao tumulto e a manifestação dos presentes. Manifestação essa que foi inflamada pelos secretários municipais Flávio Souza e Júlio Dorneles, além do líder do governo, Professor Daniel. Eles deveriam dar o exemplo da ordem e do respeito ao regimento interno da Câmara. Afinal, baderna não é permitida em nenhuma Casa Legislativa. Os Progressistas foram escoltados pelo Pelotão de Operações Especiais (POE) para sair da Câmara.

É inadmissível o que aconteceu hoje. O rumo que a sessão tomou. Toda manifestação popular é válida, desde que não sirva de manobra política, instigada por membros da administração e do próprio Poder Legislativo. Ficou claro que a comunidade foi incentivada a atacar os vereadores da oposição.

"O líder do governo me atacou. Me xingou. Não vou repetir o que ele disse, mas faltou com o respeito com um colega. Nunca vimos nada parecido. Secretários vindo à Câmara promover baderna. Já tivemos votações polêmicas no Legislativo gramadense, mas nunca houve manifestações no nível da que ocorreu hoje. Isso porque as manifestações que já ocorreram foram legítimas. A de hoje foi política e instigada por membros do governo. Mas esse é o nível do PT. A maioria das pessoas que estavam ali era CC. Da população tinha pouca gente e eles foram manipulados. Hoje a democracia foi ferida", protestou o vereador Rafael Ronsoni.

Tudo isso mostra que a situação não está para brincadeira e vale tudo para se manter no poder. Já a oposição ficou assustada com o que viu. E vai ter que se mexer para dar o troco. Essa campanha não será feita com base em propostas e ideias. Vai ser na base da jogatina política. E eu não queria falar nisso, mas sou obrigado. Numa coligação em que o PT está junto, todo o resto sai contaminado. E digo isso como cidadão, exercendo meu direito à opinião.