Governador está matando a galinha dos ovos de ouro do Rio Grande do Sul
PoliticaO governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está matando a "galinha dos ovos de ouro" do Estado: a cidade de Gramado, considerada o maior polo turístico do RS e um dos mais importantes do Brasil. O turismo na cidade, antes da pandemia, gerava mais de R$ 1,5 bilhão anualmente para a economia local, o que significa cerca de 86% do Produto Interno Bruto. Durante os últimos anos, a cidade recebia cerca de 6,5 milhões de turistas, com os maiores fluxos na época de inverno e também durante o Natal Luz. Mas o governador não parece preocupado em manter esse cenário.
Se já não bastasse a redução dos visitantes, de março de 2020 até hoje, por conta da Covid-19, Eduardo Leite insiste há dois meses em manter severas restrições de funcionamento para parques, restaurantes e toda cadeia turística, num município que depende 90% do turismo para manter sua economia. O resultado disso? Dois estabelecimentos comerciais assaltados em dois dias seguidos; uma loja arrombada e um carro roubado em pleno Centro, na semana anterior; aumento do tráfico de drogas e da criminalidade. Será que vamos ter um assalto por dia?
Gramado sempre vendeu a imagem de uma das cidades mais seguras do País, mas isso irá por água abaixo, se o governador continuar massacrando a cidade. Em pleno feriado de Páscoa, Leite enviou reforço policial para a região, não para aumentar a segurança do comércio e da população, mas sim para ajudar a fiscalização a punir os empresários que descumprissem o decreto estadual, que na ocasião proibia parques e restaurantes de funcionar, sendo permitido apenas delivery e take away.
Hoje, as medidas proíbem a gastronomia de funcionar à noite, nos fins de semana e feriados, e parques fechados de abrirem, podendo funcionar apenas os que são ao ar livre. Toda essa restrição econômica, que ainda está longe de terminar, tem trazido sérios prejuízos para Gramado, que antes possuía um cenário de pleno emprego e baixíssimos índices de violência, e hoje amarga com altos números de demissões e criminalidade. Mas Leite sequer cogitou a possibilidade de enviar reforço policial para conter o crime. Mas se for para prender o cidadão de bem que apenas quer gerar emprego e garantir o sustento de sua família e da de seus funcionários, o governador não pensará duas vezes.
Fora isso, Gramado também é conhecida pela cordialidade do seu povo, que sempre parava seus veículos nas faixas de pedestre para o turista atravessar. Atualmente, devido a tensão do momento, as pessoas estão mais nervosas e deprimidas, não dando tanta atenção a quem atravessa às ruas. Antes, quando algum motorista não parava na faixa, podia ver que a placa era de fora ou de carro alugado. Todos já sabiam que não era gramadense. Mas isso está mudando. As pessoas estão mais tensas e menos gentis.
Felizmente, o atendimento aos visitantes continua impecável. Faz parte da índole do gramadense ser cordial e todo esse caos imposto pelo governo do Estado ainda não conseguiu abalar a qualidade do serviço de Gramado, outro item essencial na lista dos pontos positivos para visitar a cidade, fora, claro, seus atrativos, charme e belezas naturais.
E todas essas medidas drásticas para que, governador? Os índices de contágio da doença reduziram rápido? Não. Tem caído naturalmente, conforme a queda orgânica da curva de infectados, da mesma forma que aconteceu no ano passado, quando as restrições econômicas não foram tão severas e longas.
O próprio Eduardo Leite afirmou numa reunião, na semana passada, com secretários de Estado e entidades do setor gastronômico e turístico, que ainda iria manter os restaurantes fechados à noite, nos feriados e finais de semana, por pelo menos mais duas semanas. Segundo ele, a curva do contágio pelo coronavírus não está tão decrescente quanto gostaria. Como se a gastronomia e o turismo fossem os grandes vilões de tudo isso.
O fato é que Eduardo Leite não quer assumir uma responsabilidade que é sua, por ter utilizado dinheiro do governo federal e aplicado em outras áreas, menos na saúde. A conta dos leitos lotados e a falta de mais deles, que não existem por incompetência administrativa, é uma conta que o governador não quer pagar e quer enfiar goela abaixo nos empresários e em toda população gaúcha.
Sim, como o Estado não tem onde colocar doentes, empurra a responsabilidade para o comércio. Nós é que temos que sair no prejuízo, não ele. Se eu não soubesse que Eduardo Leite nasceu em Pelotas, diria que é uma pessoa que odeia o Rio Grande do Sul. Como que um governante gaúcho se empenha tanto em quebrar seu Estado? Como é possível alguém odiar sua terra natal? Não faz sentido.
Só posso crer que nosso governador é um incompetente, que assumiu um cargo que não estava, nem de longe, preparado para desempenhar. E ainda quer ser candidato a presidente ou vice? Piada né? E não tem graça nenhuma.