Policia
06/05/2019 20:15

Em entrevista coletiva realizada no fim da tarde desta segunda-feira (6), o delegado de Gramado, Gustavo Barcellos, que está respondendo por Canela, esclareceu alguns pontos da investigação a respeito dos três homicídios ocorridos na última semana, em Canela.

Barcellos afirmou que um conflito entre traficantes foi o estopim da série de mortes que aconteceram. “Um criminoso conhecido das forças policiais, Grislei Gonçalves Leal, 34 anos, sofreu um ataque a tiros em sua residência, no bairro São Rafael. Grislei é o gerente local de uma facção conhecida como “Bala na Cara”. Ele teria sido atacado por criminosos integrantes da facção rival, conhecidos como Manos, na quinta-feira, 25 de abril. Os criminosos trocaram tiros, mas nenhum ficou ferido”, disse o delegado.

A polícia acredita que Grislei deu uma resposta ao ataque sofrido e elegeu João Paulo dos Reis Pereira, 37 anos, e um segundo traficante, morador da Vila Miná, como os responsáveis.

Segundo o delegado Barcellos, as investigações apontaram que Grislei e outros dois criminosos, ainda não identificados, estiveram na casa de João Paulo, na Rua Gabriel de Souza, no Bairro São Rafael, por volta das 3h30 do dia 29 de abril, invadiram a casa e realizaram diversos disparos contra João Paulo.

“Quando deixavam o local, encontraram Valdomiro da Silva, 48 anos, que foi alvejado no portão de entrada do terreno que conta com diversas casas. Acreditamos que Valdomiro não era alvo dos atiradores, mas estava no local e acabou levando um tiro”, informou Gustavo Barcellos.

O delegado disse que minutos antes, ou minutos depois, ou até mesmo no momento, com a utilização de outro grupo de criminosos, a casa do traficante da Vila Miná foi atacada. “Este criminoso desconfiou da retaliação e fugiu da cidade. Como a casa estava vazia, foi arrombada, teve uma televisão furtada e, na saída, os criminosos atiraram em um cachorro, que acabou morrendo dias depois”, disse o delegado.

Grislei foi indiciado pela Polícia Civil de Canela, teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça e é foragido da Justiça. Ele tem antecedentes por roubo de veículos, furto qualificado, tráfico, roubo qualificado, receptação, porte ilegal de arma e, agora, homicídio.

A DP de Canela pede a ajuda da comunidade, solicitando a quem tenha informações que possa levar ao paradeiro de Grislei informe a polícia, com a garantia de completo anonimato na informação, pelos telefones (54) 3282-1212 ou pela WhatsApp (54) 99662-9106.

Segundo o delegado Gustavo Barcellos, ainda não há provas de que a execução de Marcelo Macedo, 34 anos, detento do regime semiaberto do Presídio Estadual de Canela, na manhã do dia 2 de maio, tem relação com as outras duas mortes, apesar de Marcelo fazer parte da facção rival de Grislei.

“Poderia ter sido uma resposta, mas não há absolutamente nada que prove isso ainda. O carro abordado na manhã do sábado (4) não é o mesmo que participou da execução em frente ao presídio”, disse Barcellos. “Este veículo não foi visto na rua do presídio no dia da execução, apenas temos informações não confirmadas que ele esteve ao lado do veículo usado no crime, a arma apreendida não é o calibre usado na execução, restam muitas dúvidas”, finalizou o delegado.